Santa Josefina Bakhita

Padroeira dos escravizados

História de Santa Josefina Bakihta

Um exemplo de humildade, fé e confiança. Humildade, pois nunca contestou uma só vez por que tanto sofrimento; aliás, só exerceu o perdão. Fé, porque mesmo sem conhecer a Jesus, O sentia dentro de seu coração. Confiança, porque após ser batizada, teve a certeza que Deus jamais a abandonou um só instante de sua vida. Esta é Bakhita, uma escrava sudanesa que foi raptada ainda quando criança e recebeu este nome de seus sequestradores, por ironia, pois Bakhita quer dizer afortunada. Eles não conheciam o Evangelho de São Mateus; pois foi dito por Jesus: “Bem-aventurados os  puros de coração, porque verão a Deus”. A providência divina lhe reservará o melhor.

Nascida em 1.869, numa aldeia na região de Darfur, no Sudão, continente africano, Bakhita, não é seu nome de nascimento. Ela recebeu esse nome após ser raptada, quando criança, por mercadores que a venderam como escrava. Bakhita significa afortunada ou bem-aventurada. 

Bakhita foi vendida e comprada por várias vezes, foi presa por correntes, humilhada, torturada, trabalhava sem descanso e debaixo de chicotadas. Diante de todo esse horrível cenário, havia algo pior? Quando tinha 40 anos, ela relatou que certa vez foi colocada a serviço de um oficial turco e que esses anos escravizada por ele foram os piores de sua vida. Ela disse: “As chicotadas caíam em cima de nós sem misericórdia; de modo que nos três anos que estive a serviço dele, não me lembro de ter passado um só dia sem feridas, porque não havia ainda sarado dos golpes recebidos e recebia outros sem saber a causa. Quantos maus tratos os escravos recebem sem nenhum motivo!” Ela ainda conta que este senhor resolveu marcar seus escravos com uma espécie de escarificação ou seja foram feitos vários desenhos profundos em sua pele com uma navalha e era colocado sal e farinha nestes cortes para que fossem criadas feridas permanentes.

Este calvário de Bakhita termina, em 1.882 quando o oficial é obrigado a retornar à Turquia e teve que vender seus escravos. Neste momento Bakhita se tornou realmente uma afortunada. Foi comprada por um Cônsul italiano e tratada com respeito, carinho e dignidade, algo nunca conhecido por Bakhita desde o momento em que foi raptada quando criança. Após alguns anos, situações políticas encaminharam o Cônsul de volta à Itália e Bakhita lhe pediu que a levasse com ele. Bakhita foi atendida e quando chegaram ao país italiano, o Cônsul cedeu a escrava a um casal de amigos. Assim, Bakhita partiu para uma província de Veneza onde morava o casal. Eles tiveram uma filha e Bakhita se tornou a babá dessa criança. Entre 1.888 e 1.889 o casal foi cuidar de negócios no Sudão. Bakhita e a criança foram deixadas aos cuidados das Irmãs Canossianas do Instituto dos Catecúmenos em Veneza, na Itália. Lá Bakhita finalmente conheceu o Deus que sempre carregou em seu coração e em 1890 foi batizada e recebeu o nome de Josefina.

Quando a esposa do casal retornou da África para buscar sua filha e Bakhita, a  jovem africana, com coragem e iluminada pelo Espírito Santo, manifestou a vontade de ficar com as Irmãs Canossianas e servir somente ao Deus que havia conhecido. Bakhita já era maior de idade e a lei italiana lhe assegurava a liberdade. Em 1896, Josefina Bakhita fez os votos perpétuos e se tornou uma Irmã das Filhas da Caridade de Santa Madalena de Canossa, as Irmãs Canossianas. Foi enviada para um convento canossiano em Schio, lá permaneceu até o final de sua vida. Era carinhosamente chamada por todos de irmã ou madre morena. Executou diversas tarefas sendo que a última foi como porteira do convento. Já no final de sua vida quando estava doente sempre que pergunta como estava ela respondia sorrindo: “como meu Patrão quer”. Ela se referia a Deus respeitosamente como meu patrão.

Irmã Josefina Bakhita faleceu no dia 08 de fevereiro de 1.947 em Schio, Itália. O milagre da canonização de Santa Josefina Bakhita foi concedido a uma brasileira da cidade de Santos, no litoral do estado de São Paulo. Em maio de 1992, dez dias após a beatificação de Josefina Bakhita, a senhora Eva da Costa, que sofria de Diabetes e tinha feridas incuráveis nas pernas, já estava condenada a amputação de uma delas. Foi nesse momento de sua vida que conheceu a história da beata africana e pediu sua intercessão para que ficasse curada daquele sofrimento. Seu pedido foi atendido e o milagre foi reconhecido pelo Vaticano. Em outubro do ano 2.000 o Papa São João Paulo II canoniza Santa Josefina Bakhita.

O corpo de Santa Josefina Bakhita está exposto para visitação de peregrinos no Instituto Canossiano da cidade de Schio, na Itália.

Santa Josefina Bakhita, é festejada no dia 08 de fevereiro.

Oração a Santa Josefina Bakhita


“Oh Santa Josefina Bakhita, que, desde menina, foste enriquecida por Deus com tantos dons e a Ele correspondeste com todo o amor, olha por nós. Intercede junto ao Senhor para que cresçamos no Seu amor e no amor a todas as criaturas humanas, sem distinção de idade, de raça, de cor ou de situação social. Que pratiquemos sempre, como tu, as virtudes da fé, da esperança, da caridade, da humildade, da castidade e da obediência. Pede, agora, ao Pai do Céu, oh Bakhita, as graças que mais preciso especialmente a graça de…”

Amém.

Santa Josefina Bakhita, rogai por nós.

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