Santa Edwiges

Padroeira dos pobres e endividados

História de Santa Edwiges

Texto: Expedição 19

Os santos são exemplos de humildade e total entrega às vontades de Deus. Suas histórias trazem inspiração para nossa vida e ao mesmo tempo nos fazem refletir. Mas o que uma menina rica e nobre, nascida em berço de ouro e que viveu em belos castelos pode acrescentar a minha existência? Edwiges, uma duquesa do século XIII, nos mostra que o amor ao próximo é a melhor maneira de dizer obrigado a Deus. É nossa chance de retribuir tudo aquilo que nos foi dado por Ele. Agora você irá entender porque Santa Edwiges é a protetora dos pobres e endividados. 

Nascida em 1174, em Andechs, região da Bavária, na Alemanha. Edwiges foi a oitava filha do casal Bertoldo IV e Inês de Rochlitz. Tanto seu pai quanto a mãe eram da nobreza e Edwiges já nasceu duquesa. Foi criada e educada muito bem na religiosidade junto a sua família. Para se ter ideia, dois irmãos se tornaram bispos, uma irmã abadessa e outra (Gertrudes) foi a mãe de Santa Isabel da Hungria.

Aos seis anos de idade, Edwiges foi estudar com as freiras beneditinas em um convento em Kitzingen, também na Alemanha. Aos doze anos, como era o costume da época, foi prometida em casamento. Seu noivo, Henrique I, se tornou o duque da Silésia, uma região que hoje inclui uma parte da Alemanha, República Tcheca e Polônia. Em seu casamento, ocorrido em 1186, entre os ilustres convidados estavam Inês, rainha da França e Gertrudes rainha da Hungria, ambas irmãs de Edwiges.

Esposa dedicada, fiel e culta, Edwiges agora, também é duquesa da Silésia, emprega toda a educação religiosa que recebeu, na formação dos filhos e do marido. O casal teve 7 filhos; sendo que 3 morreram ainda pequenos. Junto aos filhos, o casal assistia diariamente as missas em uma capela próxima ao castelo. Tanto quanto pôde, Edwiges promoveu o amor de seu marido pela paz, o exercício do direito e do perdão. Ela e o marido Henrique fundaram inúmeros conventos e mosteiros, entre eles em 1203, o mosteiro cisterciense de Trzebnica perto da Breslávia.

Em 1209, Edwiges e o marido, em comum acordo, fazem votos de castidade perante o bispo e assim vivem juntos por quase trinta anos em uma vida inteiramente religiosa. O duque faz a tonsura (aquele corte de cabelo redondo no topo da cabeça) e deixa crescer a barba, como os irmãos leigos cistercienses (daí seu apelido de Barbudo). Desse momento em diante, Edwiges passa grande parte de seu tempo na Abadia de Trzebnica, onde, com a morte de seu marido (em 1238), passou a residir definitivamente. 

Como percebemos, a religiosidade é algo muito importante na vida de Edwiges. É dito que ela se submetia a jejuns diários pela conversão dos pecadores, com exceção dos domingos e dias de festas. Seu marido, porém, não via esta austeridade com bons olhos e sempre dizia à esposa para não ser tão rigorosa. Certa vez, disseram a ele que sua esposa só bebia água em vez de vinho. Ele considera isso a causa de sua doença e fraqueza constantes. Então, sem avisar, bebe rapidamente da xícara de Edwiges e senti o sabor do melhor vinho que já havia provado em toda sua vida. O mesmo milagre acontece depois com os empregados que, por curiosidade, bebem da mesma xícara e ficam espantados, pois haviam colocado água naquele recipiente.

Nesta época, muitos nobres, para defenderem seus reinos, estão constantemente envolvidos em batalhas. Com a família da duquesa não foi diferente, mas podemos dizer que foi um pouco pior, quando seus filhos estão adultos surge uma rivalidade entre dois deles; e uma guerra causa um grande sofrimento a Edwiges. Nesta batalha o filho mais velho, Henrique, sai vitorioso. O irmão Conrado, que foi derrotado, é atacado por uma fera, que ele mesmo havia ferido e vem falecer. Nesses tempos Edwiges tinha também acabado de perder o seu terceiro filho, Boleslau.

Em 1238, após a morte de seu marido, ela se estabelece definitivamente na Abadia de Trzebnica, onde a filha Gertrudes era abadessa, assumindo assim o hábito religioso de irmã leiga, no entanto, nunca fez votos monásticos, para que pudesse reter o direito de gastar suas receitas em instituições de caridade.

Em 1241, durante a primeira invasão tártara, as freiras da Abadia de Trzebnica tiveram que fugir dos invasores. As religiosas se esconderam nas casas de suas famílias. A duquesa, junto com sua nora e filha, encontraram refúgio em castelo. Foi quando ficou sabendo da terrível morte de seu filho, Henrique II, o Piedoso, que morreu na batalha contra os tártaros.

Depois que a turbulência da guerra cessou, Edwiges voltou para Trzebnica. Frequentemente está a caminhar descalça, mesmo na neve do rigoroso inverno europeu, mas cuidadosamente carregava debaixo dos braços os sapatos, na tentativa de esconder essa mortificação das pessoas. Como resultado desse hábito, havia grandes rachaduras em seus pés, por onde sempre escorria sangue. 

Como já vimos, além de se dedicar à oração e à penitência, Edwiges foi, junto de seu marido, fundadora de mosteiros, conventos, hospitais, igrejas e escolas. Por isso que em muitas de suas imagens, a santa é retratada com uma igreja nos braços, já em outras com uma coroa, lembrando sua nobreza. 

Edwiges, é um exemplo de amor ao próximo, ela aprendeu um outro idioma, o polonês, para poder se comunicar com os mais humildes, os pobres e os sofredores. Uma vez, em uma das constantes visitas que fazia aos encarcerados, ficou sabendo que muitas daquelas pessoas estavam presas porque não podiam saldar suas dívidas. Então a piedosa mulher pagava as dívidas daqueles prisioneiros e lhes dava a liberdade; além disso, procurava um emprego ou ocupação para que essas pessoas pudessem dar uma vida digna a sua família. Por isso Santa Edwiges é lembrada como padroeira dos pobres e endividados.                     

Em 1243, a duquesa vem a falecer, cercada de respeito universal e um culto quase religioso. É sepultada na Abadia de Trzebnica, hoje município da Polônia, onde estão suas relíquias. Existe um relato onde diz que foi impossível retirar de suas mãos uma pequena imagem de Nossa Senhora, que segurava na hora da morte. Anos mais tarde quando seu corpo foi transladado encontraram a santinha empunhada e os dedos que a seguravam estavam intactos. Foi canonizada em 1267, pelo Papa Clemente IV.

Santa Edwiges, padroeira dos pobres e endividados é festejada no dia 16 de outubro.

Oração a Santa Edwiges

“Ó Santa Edwiges, vós que na terra fostes o amparo dos pobres, a ajuda dos desvalidos e o socorro dos endividados, no Céu agora desfrutais do eterno prêmio da caridade que em vida praticastes, suplicante te peço que sejais a minha advogada, para que eu obtenha de Deus o auxílio urgente que preciso… (faça aqui seu pedido) Santa Edwiges, protetora dos endividados, aumentai minha confiança na Providência Divina para que não falte o pão de cada dia e que no final do mês não falte o necessário, para que eu possa dar aos meus familiares saúde, educação e dignidade na moradia. Santa Edwiges, intercedei por mim para que eu consiga o equilíbrio na vida financeira e o discernimento nos negócios. Ajudai-me a superar os problemas financeiros, que eu não me iluda com o dinheiro fácil, que eu não seja conivente com a corrupção. Dai-me equilíbrio na vida financeira. Alcançai-me também, Santa Edwiges, a suprema graça da salvação eterna.” Amém

Santa Edwiges, rogai por nós!

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