São Domingos Sávio

Discípulo de São João Bosco

História de São Domingos Sávio

Texto: Expedição 19

Um grande exemplo de humildade e espiritualidade. Assim foi a vida de São Domingos Sávio. Você pode perguntar: “Mas qual santo não foi um exemplo de humildade e espiritualidade?” É verdade. Mas Domingos Sávio partiu definitivamente para a casa do pai com menos de 15 anos de idade. Ele foi o santo mais jovem, não mártir, a ser canonizado pela Igreja Católica. Isso só mudou em 2017, quando o Papa Francisco canonizou os pastorinhos de Fátima Francisco e Jacinta Marto.

Nascido em 2 de abril de 1842 no povoado de Riva de Chieri, província de Turim, na Itália. Domingos Sávio é o segundo de dez filhos do casal Carlo Sávio (ferreiro) e Brígida Gaiato (costureira). Uma família humilde, mas extremamente religiosa.

Dois anos após seu nascimento, por motivos de trabalho, a família muda-se para Murialdo.  Aos quatro anos de idade, Domingos Sávio, já sabe as orações de cor, vai com sua mãe aos domingos na missa e enquanto outras crianças ficam inquietas, durante a celebração, ele se ajoelha no chão e fica rezando. 

Conta-se que certa vez um viajante que estava hospedado em sua casa, foi convidado a se sentar com a família para fazer a refeição. O homem começa a comer sem antes fazer, ao menos, o sinal da cruz. Domingos fica inquieto, pede licença e se retira da mesa. Depois do fato ocorrido, sua mãe lhe pergunta o que havia acontecido, afinal era um menino muito educado. E ele responde: “Mamãe percebeu que aquele senhor começou a comer sem ter feito o sinal da cruz? Ele não é um bom cristão, não convém que nos sentemos ao lado dele”. Mas por que isso é mencionado se não cabe a nós nenhum tipo de julgamento dos atos feitos pelas pessoas? É preciso lembrar que Domingos Sávio, não tinha cinco anos de idade e este fato demonstra que desde pequeno, era extremamente religioso.

O padre do lugarejo de Murialdo fica impressionado com a precocidade espiritual do menino, ele conta que várias vezes viu Domingos ajoelhado rezando com as mãos unidas e a cabeça baixa em frente a porta da igreja esperando elas se abrirem. Muitas vezes com o chão coberto de lama, na chuva ou até mesmo neve. Domingos começa a ajudar o padre nas missas e aos sete anos de idade já sabia o Catecismo Breve. O padre então decidi admiti-lo para a primeira comunhão. Naquele tempo, as crianças recebiam a primeira comunhão somente aos doze anos de idade. Na ocasião, um domingo de Páscoa de 1849, ele escreve quatro propósitos que iria seguir para toda sua vida. Estes escritos foram encontrados mais tarde por Dom Bosco em um livro de orações. Lá estava escrito “1. Vou me confessar com muita frequência e tomarei a comunhão sempre que o confessor me der permissão. 2. Quero santificar os dias santos. 3. Meus amigos serão Jesus e Maria. 4. Antes morrer que pecar.” Este último preceito se tornou o símbolo de sua vida.

O sonho de Domingos Sávio é um dia se tornar sacerdote. A escola fica a alguns quilômetros de sua casa e ele faz este percurso diariamente a pé sempre olhando fixamente somente para a estrada, ao ponto de não saber descrever quais paisagens existem ao longo do caminho. Fazia isso para não macular seu olhar com qualquer distração ou coisas ruins; e sempre preservá-lo para ver Jesus e Maria no céu.

No início de 1853 a família de Domingos Sávio muda-se para Mondonio, uma pequena aldeia perto de Castelnuovo. Durante o inverno entre 1853 e 54, dois alunos encheram de neve o fogão que aquecia a sala de aula. Quando o professor chega, questiona sobre o fato ocorrido, os alunos acusam Domingos, que é colocado de joelhos no chão do corredor como punição. No final do período, o padre fica sabendo como as coisas realmente haviam acontecido. Ele, que era o diretor da escola, questiona Domingos por que não havia se defendido da falsa acusação. Domingos responde com simplicidade: “Até o nosso Senhor foi caluniado injustamente. E Ele não se revoltou”. Impressionado com o ocorrido, o sacerdote vai até Dom Bosco, em Turim, para lhe falar sobre este aluno inusitado. De outro modo, a família de Domingos não teria condições para que ele continuasse os estudos.

Em outubro de 1854 Domingos Sávio se encontra com Dom Bosco, que fica encantado com sua inteligência, simplicidade e amor a Jesus, Maria e o respeito à Sagrada Eucaristia. Sabendo que sua mãe era costureira, diz a Domingos: “Creio que temos aqui um ótimo tecido. Então o menino lhe responde: ”se sou um bom pano, peço que seja o alfaiate, leve-me para o Oratório e faça um lindo traje ao nosso Senhor.” E assim, Domingos Sávio se torna um dos alunos do Oratório de São Francisco de Sales em Valdocco, bairro de Turim. 

Em certo dia, Dom Bosco faz um lindo sermão, ele diz: “É vontade de Deus que todos nos tornemos santos; e há no Céu um prêmio preparado para quem chega a ser santo.” Ouvindo isso, Domingos lhe pede que o ajude a ser santo. Dom Bosco responde que para isso deve ser alegre, cumprir seus deveres no estudo, oração e finalmente fazer o bem aos outros. Daquele momento em diante esse era o principal objetivo de Domingos.

Comovido pelo carisma de Dom Bosco, e também pelo seu lema que se resume na expressão “Dai-me almas”, Domingos quis ajudar a salvar mais e mais pessoas. Por isso, se reuniu com um grupo de jovens e fundou a Companhia da Imaculada Conceição. E dizia: “Vamos nos unir e ajudar Dom Bosco a salvar mais almas”. 

Em fevereiro de 1857, uma tosse persistente misturada com febre começa a atormentá-lo. Naquela época, não havia antibióticos e muitas vezes esses sintomas eram fatais.  Dom Bosco, com receio do contágio a outros meninos do Oratório, resolve mandá-lo à sua família para tratamento e o envia para a casa de seus pais em Mondonio. Domingos continuou doente e no dia 9 de março de 1857, veio a falecer. Suas últimas palavras foram: “Que belas coisas estou vendo.” 

Durante o processo da canonização de Domingos Sávio, sua irmã revelou sob juramento que no dia 12 de setembro de 1856, ele pediu licença para ir visitar sua mãe que estava grávida e em estado muito grave. Lembrando que Domingos não havia recebido nenhuma comunicação. Assim que o menino a viu, lhe abraçou e deu um beijo. A mulher sentiu-se imediatamente melhor e o parto ocorreu normalmente. Em volta do pescoço da mulher, encontraram uma fita, como uma espécie de escapulário, na fita estava preso um pedaço de seda dobrado e costurado como um vestido.

De volta ao Oratório, ao ver o menino Dom Bosco lhe pergunta como estava sua mãe e Domingos responde: “O vestidinho de Nossa Senhora que a curou”. Por isso São Domingos Sávio também é invocado como “o santo protetor das grávidas”. 

Foi canonizado em 1954 pelo Papa Pio XII e seus restos mortais estão na Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora em Turim, na Itália.

São Domingos Sávio é festejado no dia 6 de maio, pela família salesiana, pois o dia nove cairia na quaresma.

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