Mães e Mártires
Texto: Expedição 19
Santa Perpétua e Santa Felicidade, citadas na ladainha de todos os santos, nos mostram que a fé supera o maior de todos os amores, o amor maternal. Existe amor maior, do que o amor de uma mãe por um filho? Elas seguiram a risca o primeiro mandamento que se refere ao amor a Deus. Quanto de minha vida está sendo dedicada ao amar a Deus? Será que estou fazendo o suficiente ou pelo menos o mínimo necessário? Parte dos relatos do martírio de Santa Perpétua, foram descritos por ela própria em um diário, durante o período que esteve presa, antes de seu martírio. O martírio foi a primeira forma de santidade a ser venerada na Igreja Católica. A primeira vista, um mártir pode ser qualquer homem ou mulher. Mas quando eles são esmagados pelo sofrimento eles são identificados com o Cristo crucificado.
Perpétua, nasceu por volta do ano 181 em Cartago, no norte da África, hoje este lugar pertence ao território da Tunísia. De família nobre, era casada. Ela e seu marido junto de um filhinho que ainda era amamentado. Viviam com seus pais e dois irmãos, sendo que um deles era igualmente catecúmeno (catecúmeno significa que já eram cristãos, mas se preparavam para receber o batismo).
Perpétua foi presa, junta de outros catecúmenos, por serem cristãos e condenados à morte por não obedecerem as vontades do imperador romano que lhes ordenou a oferecer adoração aos deuses pagãos. O Pai de Perpétua era o único de sua família que não era cristão e portanto, lutava de todas as maneiras para convencer a filha a abandonar sua crença e assim salvar sua vida. Diante de toda insistência do pai ela diz: “Meu pai, vês no chão esse vaso ou jarro, ou como queira chamar?”. Ele respondeu: “Vejo”. Então eu lhe digo: “Acaso é possível chamá-lo de outro modo?”. Ele respondeu: “Não”. “Da mesma maneira, eu não posso me chamar outra coisa que “cristã.”
Mas a dor de estar longe de seu filho era ainda maior, foi quando dois diáconos subornaram os guardas da prisão e conseguiram levar até Perpétua seu filhinho e assim ela relata: “Eu amamentei meu bebê que estava desmaiando de fome; conversei com minha mãe e confiei a criança aos seus cuidados.”
Junto de Perpétua também havia sido presa Felicidade, uma outra jovem, que era sua escrava. Felicidade estava aflita e com medo, não porque estava condenada ao martírio, mas sim porque sua execução poderia ser adiada, pois ela estava grávida de oito meses e de acordo com a lei romana, uma mulher grávida só poderia ser condenada ao martírio, após dar a luz ao seu filho. Três dias antes dos jogos, após o grupo fazerem suas orações, Felicidade traz ao mundo uma menina, que é entregue a uma mulher da comunidade. Um carcereiro ironiza: “Se agora te queixas, o que haverás quando fores lançadas as feras?” E Felicidade lhe responde: “Agora sou eu que sofro, porém outro estará em mim que padecerá por mim porque eu padecerei por Ele”.
Chega o dia da execução de Perpétua e Felicidade, foram amarradas e deixadas para serem atacadas por uma vaca ou talvez um touro que as chifrou e as pisoteou. O público ávidos por sangue, por um momento, sentiram compaixão das duas jovens mães que haviam deixado os filhos para seguirem sua fé cristã. Mas essa compaixão não durou muito tempo e pediram a execução das duas mártires, que foram decapitadas. Era sete de Março de 203, em Cartago.
De acordo com a tradição, as relíquias de Santa Perpétua. Foram transferidas para a igreja de Notre-Dame de Vierzon, na França em 926. E lá são mantidas até hoje.
Santa Perpétua e Santa Felicidade, mães e mártires, são festejadas no dia sete de março.
“Deus todo-poderoso, que destes às mártires Santas Perpétua e Santa Felicidade a graça de sofrer pelo Cristo, ajudai também na nossa fraqueza, para que possamos viver firmes em nossa fé, como elas não hesitaram em morrer por vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.” Amém.
Santa Perpétua e Santa Felicidade, rogai por nós.
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