A vidente da aparição de Nossa Senhora das Graças
Texto: Expedição 19
Nossa Senhora das Graças escolheu Catarina Labouré para divulgar a Medalha Milagrosa. A simplicidade, humildade e obediência aos preceitos de Deus, marcaram a vida desta religiosa, que não revelou a ninguém, a não ser o seu confessor, as aparições da Santíssima Virgem das Graças. No final de sua vida, quando percebeu que iria se encontrar com Deus e Nossa Senhora, revela também seu segredo a sua madre superiora.
Catarina Labouré, nasceu no dia dois de maio do ano de 1.806 em Fain-les-Moutiers, região da Borgonha, na França. Era a penúltima de dez filhos do casal Pierre e Louise Madeleine. Desde sua infância foi criada nos preceitos cristãos. Aos nove anos de idade quando sua mãe morre ela adota a Santíssima Virgem como sua mãe. Então Catarina e Tonine, as duas irmãs mais novas da família Labouré vão morar com uma tia paterna.
Dois anos mais tarde, Catarina e sua irmã voltam para a casa de seu pai. Faz primeira comunhão e segue uma vida devota e sempre frequentando a igreja. Durante sua ausência, a irmã mais velha se tornou uma religiosa das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Catarina não apenas reza, mas ela também faz ações práticas, visitando os doentes e ajudando os menos favorecidos. Ela sente o chamado de divino, mas ainda não entende como pode servir a Deus, além das ações já praticadas.
Em uma certa noite, Catarina sonha que está na missa e o celebrante é um padre bastante idoso, no final da missa ele acena para que ela se aproxime, mas ela não vai até o padre. No mesmo sonho, agora está visitando doentes, então o mesmo padre aparece ao seu lado e diz a ela: “como é bom podermos ajudar os doentes, hoje você foge de mim, mas um dia virá ao meu encontro. Deus tem planos para você. Não se esqueça.” Era 1.827, Catarina completa 21 anos de idade e diz ao seu pai sobre seu pensamento de seguir a vida religiosa como fez sua irmã. Seu pai não concorda e a manda trabalhar em Paris no restaurante de seu irmão. Lá ela passa por maus bocados tendo que fugir das constantes cantadas de clientes do restaurante.
Nessa época ela visita um convento e vê um quadro na parede com um retrato do padre que ela viu no sonho. É São Vicente de Paulo, o fundador das Filhas da Caridade. O que era pensamento, agora é certeza. O padre era o seu chamado divino.
O trabalho no restaurante do irmão ainda dura mais um ano, mas ela sempre obediente ao pai jamais o desobedeceu. O pai concorda que a filha entre para a vida religiosa. Em abril de 1.830 Catarina inicia seu noviciado em um convento das Filhas da Caridade em Paris.
No dia 18 de julho desse mesmo ano, acontece a primeira aparição da Santíssima Virgem. Segundo suas próprias palavras: “Foi o momento mais doce de sua vida.” Nossa Senhora lhe diz que Deus tem uma missão para ela, fala das várias tribulações que a França enfrentará; e lhe diz que também sofrerá com a desconfiança seu confessor.
Nossa Senhora aparece novamente a Catarina no dia 27 de novembro, desta vez com um arco em volta de si com os dizeres: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.” E lhe dá instruções para que mande fazer uma medalha. E lhe diz: “Quem trouxer, com confiança e fé, essa medalha junto ao pescoço eu lhe concederei muitas graças.”
Nossa Senhora apareceu a Catarina mais uma vez, no mês de dezembro. E lhe falou:“Esses raios que você vê saindo de meus anéis são o símbolo das graças que concedo a quem as pedem. Não me verás mais, mas ouvirá minha voz em suas orações.’ Em janeiro de 1831, Catarina recebe o hábito e agora já não é mais noviça e sim uma irmã das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Depois de constantes pedidos de Catarina para que fizessem a medalha, ela é confeccionada somente no final do ano de 1.832 e diante de muitos milagres de curas e conversões, o povo começa chamar de Medalha Milagrosa.
Apesar de saber de seus dons de vidente, Catarina era constantemente tratada com uma severa austeridade pela superiora do convento, mas jamais reclamou e nunca disse que era ela a irmã que havia recebido a visita de Nossa Senhora das Graças.
Apenas no final de sua vida, Catarina revela a madre superiora sobre as aparições de Nossa Senhora, após anos de silêncio e humildade. No dia 31 de dezembro de 1.876, morre irmã Catarina.
Teve seu corpo exumado em 1.933 e foi encontrado intacto ou incorrupto. Santa Catarina de Labouré foi canonizada em 1.947 pelo Papa Pio XII. Seu corpo está exposto em uma urna de vidro na Capela da Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, no centro de Paris, na França.
Santa Catarina Labouré, a santa que anunciou a Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças, é festejada no dia 28 de novembro.
“Ó Santa Catarina Labouré, vós que tivestes o privilégio de ver a mãe de Jesus e de lhe falar familiarmente. Nossa Senhora que lhe ensinastes a dedicar humilde e alegre sua vida escondida em Cristo ao serviço dos pobres. Fazei com que nós saibamos sempre reconhecer a vossa imagem nos pobres e servindo-vos com simplicidade de coração, sejamos no mundo verdadeiras testemunhas do vosso amor. Por nosso Senhor, Jesus Cristo.” Amém.
Santa Catarina Labouré, rogai por nós.
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