Protetor dos Animais
Texto: Expedição 19
Um jovem nobre que se converte e abandona toda sua riqueza para viver o Evangelho de Jesus Cristo em sua total plenitude. Esse é São Francisco de Assis, considerado por muitos teólogos o maior representante do Cristianismo desde Jesus Cristo.
Nascido entre 1.181 e 1.182 em Assis, Região da Úmbria, na Itália. Giovanni foi seu nome de batismo em homenagem a São João Batista, pois Giovanni é João em italiano. Seu pai era Pedro Bernardone, um rico comerciante e sua mãe Pica Bourlemont, uma senhora de raízes francesas. Não há muitas notícias sobre sua infância, mas teve uma educação cristã. O nome Francisco surgiu do estreito laço de seus pais com a França. De acordo com alguns relatos o pai começou a chamá-lo de Francesco, que significa francês em italiano, porque seu filho adorava a França. Em outros o pai mudou seu nome em homenagem a França; terra de onde trazia suas mercadorias e o fez um comerciante muito rico.
Em sua juventude Francisco era parecido com os outros jovens de sua época. Aventureiro, tinha o sonho de se tornar cavaleiro e rumar para as guerras e batalhas que haviam. Mas segundo Tomás de Celano, um frade que foi seu primeiro biógrafo, a pedido do Papa Gregório IX. Além de ser esse jovem sonhador, ele “vivia também a se vangloriar, nos jogos, nos passatempos e conversas fúteis. Na verdade, era muito rico e esbanjador; mas nunca avarento.”
Francisco era um jovem ambicioso, queria um título da nobreza e entre os anos de 1.201 e 1.202 partiu para uma guerra entre Assis e a cidade vizinha de Perúgia. Acabou por se tornar prisioneiro. Fraco e doente após um ano, é libertado por seu pai, após pagamento de um resgate e volta para Assis, mas já um tanto indiferente aos prazeres mundanos, talvez a prisão o fez refletir sobre a vida. Mas um tempo depois, por volta de 1.205, já restabelecido, embarca junto do exército papal para nova batalha. Para um cavaleiro, participar de uma cruzada, era das maiores honras para os cristãos ocidentais. Mas no meio do caminho fica doente e tem um sonho, ou uma visão, onde ouve uma voz que lhe diz para que volte a Assis. Nessa época, começa a acontecer a conversão de Francisco junto a vários relatos. O primeiro é que ele viaja em peregrinação a Roma para visitar o túmulo de São Pedro, lá ele faz sua primeira experiência na pobreza trocando de roupa com um mendigo e em seu lugar começa a pedir esmolas. De volta a Assis encontra um leproso e além de lhe dar esmolas, o abraça e beija. Isso era algo impossível até então, pois ele tinha repulsa aos leprosos. Mas o fato mais marcante ocorre na igreja de São Damião, quando ele ouve o Jesus crucificado lhe dizer: “vá e reconstrua minha igreja que está em ruínas”. Francisco sai da igreja, vende seu cavalo, vende também algumas mercadorias da loja de seu pai e volta a igreja para doar tudo. Mas o padre não aceita, pois conhecia muito bem o pai de Francisco. Francisco pega então todo dinheiro e dá aos pobres. Seu pai fica furioso e o aprisiona em casa alegando que está enlouquecido. Sua mãe, que já sentia em seu coração a vocação de Francisco, o liberta e ele vai atrás do bispo para lhe contar sobre sua vocação. Pedro Bernardone vai atrás para cobrar do bispo uma recompensa por tudo aquilo que seu filho havia doado. E, para surpresa de todos Francisco tira toda sua roupa e fica nu e diz ao seu pai que de agora em diante seu pai é o que está no céu.
A partir daí Francisco se afasta de seus pais, de seus amigos e se entrega totalmente ao serviço dos mendigos, leprosos, pobres e a reconstrução de capelas e oratórios. Sempre mendigando seu pão e pedindo a contribuição das pessoas para que ajudassem nessa empreitada de servir a Deus. Sendo com pedras ou com seu trabalho na reconstrução das igrejas. E assim o faz com igreja de São Damião, a de São Pedro e da Porciúncula. Esta última, a igreja de Santa Maria dos Anjos, é onde começou a nova Ordem dos seguidores de Francisco ou simplesmente franciscanos.
No começo de 1.208, Francisco sente que precisa carregar a palavra de Deus e começa reunir pessoas para formar um grupo de frades. Ele foi o primeiro na história do Cristianismo a chamar sua comunidade de fraternidade. No ano seguinte já eram doze pessoas. Foi quando decidiu ir até Roma para pedir ao Papa Inocêncio III a aprovação de sua regra para a fundação da Ordem dos frades. A regra consistia na pobreza absoluta aos frades e a Ordem. Todos teriam uma vida semelhante a de Jesus Cristo e seus Apóstolos, conforme narrada nos Evangelhos, não possuíam absolutamente nada.
A princípio, Francisco e seus frades foram ridicularizados pela corte do Papa. Mas Inocêncio III havia tido um sonho com Francisco, onde ele era quem sustentava os pilares da igreja que estavam desmoronando. O Papa o recebe e a regra da nova Ordem de Francisco é aprovada.
Em 1.212 na madrugada após o domingo de Ramos, Clara Offreduccio, Santa Clara, uma admiradora da vida e obra de Francisco, foge para a igrejinha de Santa Maria dos Anjos, na Porciúncula. Lá Francisco, junto de outros frades esperavam por ela e a acolhem. Mais tarde se tornou Santa Clara, a fundadora da Ordem das clarissas ou Segunda Ordem Franciscana.
Em 1.219 começou a peregrinação pelo Oriente. Viajando pelo Egito, conta-se que nessa passagem conheceu um Sultão, muçulmano, que Francisco o convenceu a pregar para seus súditos e depois peregrinou pela Palestina, onde ficou sabendo que alguns irmãos frades haviam sido martirizados no Marrocos e que a comunidade em Assis estava em crise.
Quando volta a Assis, fica decepcionado com o que vê. A comunidade está dividida, parte dos frades ainda seguem a regra, mas outra parte se revolta e não seguem mais, vindo a quebrar fortes preceitos, como o de viver a eterna pobreza.
Em 1.223 em Gréccio, um senhor chama Francisco para pregar na missa de Natal. Acontece o primeiro presépio de Natal da história. Ele recria o nascimento do Menino Jesus, com animais e pastores para facilitar às pessoas mais simples o entendimento da liturgia do Natal.
Em setembro de 1.224, Francisco recebe em seu corpo os Sagrados Estigmas. Estigmas são as chagas da crucificação de Jesus. Mas até sua morte sempre tentou manter as feridas escondidas. Já fraco e muito debilitado, quase não enxergava e praticamente não conseguia andar devido as chagas nos pés.
Alguns autores relatam que viveu seus últimos dias na floresta, junto dos animais e de outros 3 frades. Francisco morreu no dia 3 de outubro de 1.226, na Porciúncula. E foi canonizado em 1.228 pelo Papa Gregório IX. Seu túmulo está na Basílica de São Francisco, em Assis, na Itália.
São Francisco é um santo muito conhecido por ser o protetor dos animais, ele se comunicava com eles. Mas um relato do Santo muito conhecido, foi a pacificação de um lobo que aterrorizava uma cidade chamada Gúbbio. São Francisco se encontra o feroz lobo e antes de mais nada faz o sinal da cruz. E conversa com o animal como se conversasse com uma pessoa, pedindo a paz entre ele e os moradores do local. Ao final da conversa, para espanto de toda a população, o lobo abaixa a cabeça como se estivesse dizendo ao santo que havia entendido o recado e passa a viver em harmonia com o povo da cidade.
São Francisco de Assis é um santo muito amado e reconhecido, independente de qualquer religião, todas as pessoas o respeitam. Seu maior legado é o respeito à dignidade dos pobres e o amor a vida seja dos homens ou dos animais.
No dia 29 de novembro de 1.979, o Papa João Paulo II proclama São Francisco de Assis patrono da Ecologia.
São Francisco de Assis, protetor dos animais e patrono da ecologia é festejado no dia 4 de outubro.
“Senhor: Fazei de mim um instrumento de vossa Paz. Onde houver Ódio, que eu leve o Amor, Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão. Onde houver Discórdia, que eu leve a União. Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé. Onde houver Erro, que eu leve a Verdade. Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança. Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria. Onde houver Trevas, que eu leve a Luz! Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe, perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se vive para a vida eterna!” Amém.
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