Padroeira da Televisão
Texto: Expedição19
Clara; a jovem que abandonou todo conforto e riqueza da nobreza em que vivia na idade média, para seguir a luz de Cristo refletida no exemplo de Francisco, um nobre jovem; que também abandonou toda sua riqueza para viver, em sua essência, o Evangelho de Jesus Cristo. E hoje, conhecemos estes jovens como Santa Clara e São Francisco de Assis.
Nascida em 1.193 ou 1.194 em Assis, na Itália. Clara era de família nobre tanto por parte de seu pai, Favarone Offreduccio e de sua mãe, Hortolana. Há uma certa divergência sobre seus irmãos. Alguns relatos afirmam que Clara, teve um irmão e três irmãs, mas isso não é comprovado historicamente. O fato é que eram três irmãs: Clara a primeira filha, Catarina, que se tornou irmã Inês (mais tarde, Santa Inês de Assis) e Beatriz, que como as irmãs santas, também seguiu a vida religiosa, mas um pouco mais tarde, também se tornou Irmã Pobre de São Damião.
Durante a gravidez, sua mãe sempre rezava ao Senhor ajoelhada em frente ao crucifixo pedindo um bom parto. Um dia já próxima de dar a luz ouviu uma voz que dizia: “Não te preocupes senhora, porque de ti nascerá, sã e salva, uma luz de brilho mais claro que o próprio dia.” E por isso Clara foi batizada com esse nome. Conta-se que em sua infância usava pedrinhas para contar os pai-nossos e se orientar em suas orações ao Senhor. Tão logo passou a apreciar os atrativos do amor divino e a desprezar as seduções do mundo. Muito diferente dos outros jovens de sua idade, preocupava-se em ajudar os leprosos e outros desafortunados. Foi quando, já adolescente, se encantou pelas ações de Francisco e a maneira como lidava com vida. Sua dedicação a Deus e aos pobres; e seu total desprezo pelas riquezas mundanas.
Apesar de Francisco ser 11 ou 12 anos mais velho e não ser de seu círculo de convívio, Clara sabia de seus passos porque um primo seu, de nome Rufino, era um dos discípulos de Francisco.
Quando tinha dezoito anos, foi prometida em casamento, mas já havia se decidido em se consagrar a Cristo e na noite do domingo de ramos, deste mesmo ano, foge e se encontra com Frei Francisco e outros frades na Porciúncula, uma igrejinha onde Clara se consagra a Deus. Nesta igrejinha foi onde começou a caminhada de São Francisco e agora começava a de Santa Clara. No dia seguinte quando familiares deram por sua falta, um tio de nome Monaldo, irmão de seu pai, vai atrás dela, mas quando a encontra e tenta arrastá-la a força ela segura na toalha da mesa do altar e descobre sua cabeça, mostrando os cabelos cortados, um sinal que havia firmado sua união com Jesus.
Um pouco mais tarde, alguns dias depois, Catarina, foge ao encontro da irmã Clara no mosteiro e também se torna irmã pobre de São Damião e passa ser chamada de Inês (Santa Inês).
Clara e Inês são um exemplo para muitas jovens que também se inspiram em suas atitudes e desejam tornarem-se religiosas. Em pouco tempo o mosteiro estava repleto de Irmãs Pobres de São Damião.
Em 1.216, Frei Francisco nomeia Clara abadessa, ela reluta em aceitar tal cargo, pois dizia que não queria nenhum título, mas sim somente obedecer e servir. Até que Francisco lhe diz: “então eu te peço que faças por obediência. Mas junto a este pedido vinha a ordem de se submeter a regra de São Bento, que é a mais antiga ordem religiosa católica de clausura. Mas ela obteve do Papa o privilégio da pobreza, mantendo assim o carisma franciscano, ou seja o de não aceitar nenhum tipo de posse. O Papa achou o pedido estranho pois nunca havia ouvido algo parecido, mas acatou tal privilégio com muita alegria.
O Papa Gregório IX, sucessor de Inocêncio III, tentou convencer Clara a aceitar a posse de uma propriedade que ele mesmo lhe oferecia, dizia também que não precisava se preocupar com o voto de pobreza que havia feito. Pois ele a dispensaria. Mas ela respondeu: “Santíssimo Padre, por nenhum preço quero ser dispensada de viver o seguimento de Cristo por todo o sempre”.
Apesar de ter sido nomeada Abadessa, Clara não gostava de dar ordens, preferia ela mesmo executar do que pedir. Sempre estava a servir as irmãs. Era ela que providenciava a água para as irmãs lavarem as mãos e quando todas se sentavam, era ela que permanecia em pé para serví-las. Ela própria, cuidava das irmãs doentes sem mostrar qualquer tipo de desprezo.
Em uma certa ocasião chamou a irmã responsável pela pela cozinha e mandou repartir o único pão que havia, metade para os irmãos frades e a outra metade para as irmãs. E disse a religiosa que cuidava da cozinha: “pegue a metade que cabe as irmãs e corte em cinquenta pedaços para dividirmos entre nós.” A irmã saiu resmungando e dizendo que seria preciso os milagres de Cristo para que aquele pão se multiplicasse. E Clara replicou: “Filha, confie no que eu te falei”. E a irmã cozinheira começou a cortar o pão que crescia em sua mão como se estivesse fermentado e sendo assado dentro de um forno. E assim pode dar uma abastada porção para cada irmã.
Mas os milagres que marcam a vida de Santa Clara são dois. Por que Santa Clara ela está segurando um Ostensório em suas mãos? Por que Santa Clara é a padroeira da televisão?
Houve um tempo em que os sarracenos estavam nos vales das cercanias de Assis. Eles eram soldados muçulmanos que avançavam para tomar Assis. Todos os conventos e mosteiros dessa época já tinham sido saqueados e faltava apenas São Damião. Quando os soldados já estavam prestes a invadir o claustro, todas as irmãs correram aos prantos para perto de Clara que se encontrava debilitada e acamada. Com serenidade e calma, pediu que a conduzissem até a porta e que a colocassem de frente ao inimigo. Com o Santíssimo Sacramento em mãos e em oração falou: “Vais permitir, meu Senhor, que sejam entregues às mãos do inimigo estas tuas filhas indefesas, que no teu amor criei? Eu te peço, proteja estas tuas servas, uma vez que eu não estou em condições de defendê-las”. No mesmo instante, os invasores se puseram em fuga, descendo pelos muros que haviam escalado, tal a força daquela que orava e a graça concedida pelo Senhor. Ela então pediu que enquanto estivesse viva não contassem a ninguém o que havia ocorrido.
O outro fato foi o que aconteceu um ano antes de sua morte, na ocasião do natal de 1.252, Clara estava doente e não podia participar da missa. Ela ficou sozinha no convento de São Damião. Em oração, passou a imaginar o senhor Jesus menino e de repente começa a ouvir os sinos, cantos e vozes da cerimônia que estava sendo realizada muito distante de onde estava. Parecia que a missa estava sendo transmitida ali em seu quarto. Por isso em 1.958 o Papa Pio XII proclamou Santa Clara Padroeira da televisão.
Clara também foi a primeira mulher a escrever a regra para uma ordem religiosa da Igreja Católica.
Clara faleceu no dia 11 de agosto de 1.253 e foi canonizada em 1.255 pelo Papa Alexandre IV. O relicário com seu corpo está na Basílica de Santa Clara em Assis, na Itália.
Santa Clara ou Chiara em italiano, padroeira da televisão é festejada no dia 11 de agosto.
“Santa Clara, que seguistes de perto São Francisco, na vida de pobreza, no amor ao próximo e de Deus, olhai carinhosamente para o mundo de hoje, tão necessitado de vossa proteção. Ouvi o meu pedido e concedei-me a graça que vos peço, com fé e confiança. Como verdadeiro necessitado, rogo-vos que me alcanceis de Cristo a saúde espiritual e corporal, para mim e meus familiares. Sobretudo, peço a vossa ajuda para o problema que me aflige… (fazer pedido) Atendei-me, Santa Clara, pela força que tendes junto a Deus e pela fé que me faz buscar a vossa proteção.” Amém.
Santa Clara, rogai por nós.
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