Santa Bernadette Soubirous

16 de abril de 2025     /     (Todo Ano)

A vidente de Nossa Senhora de Lourdes

Texto: Expedição 19

Bernadette Soubirous uma menina pobre, doente e analfabeta dizia que Nossa Senhora havia escolhido ela, porque era a mais ignorante. Os desígnios da providência divina nos mostram, mais uma vez, que os humildes serão exaltados; e no dia 11 de fevereiro de 1858 em uma gruta na cidade de Lourdes, na França, Nossa Senhora escreve o nome de Bernadette no livro da eternidade.

Nascida em sete de janeiro de 1844, em Moinho nos arredores de Lourdes, na França. Bernadette Soubirous era a primeira de nove filhos do casal Francisco Soubirous e de Luísa Castèrot. Seu pai era um moleiro, trabalhava na moedura de trigo para fazer farinha. A família de Bernadette vivia em uma pobreza extrema que chegava a beirar a miséria. Aos dez anos de idade, Bernadette e a família Soubirous mudam-se para um local na cidade de Lourdes, onde no passado havia funcionado uma cadeia. Um lugar insalubre, velho, escuro e abandonado, onde nenhum ser humano poderia viver, mas era o único lugar onde podiam morar, pois passavam por um momento muito difícil. Francisco, o pai de Bernadette, havia ficado preso injustamente, por ter sido acusado de roubar farinha. Logo, foi desfeito o mal entendido, mas a reputação de Francisco ficou manchada. Essa era a vida de Bernadette que sofria de problemas de saúde. Nos primeiros anos de vida, foi acometida pela cólera, durante uma epidemia que assolou o país e também contraiu Asma.

Mas no dia 11 de fevereiro de 1858, a providência divina, toma as rédeas do destino da vida de Bernadette. A garota pobre, de saúde frágil e analfabeta; totalmente excluída da sociedade é agraciada com uma visão da Santíssima Virgem. Nesse dia, Bernadette, uma irmã e uma amiga, saem para procurarem lenha. Bernadette tem Asma e por causa de sua doença respiratória, sempre fica para trás. Quando percebe, ela está em frente a um riacho e suas companheiras já estão do outro lado. Bernadette pede para que elas a ajudem a atravessar, mas elas já estão longe. Bernadette, que usa meias, então se senta em uma pedra e começa a tirar os sapatos e as meias para não molharem. É quando sente uma forte rajada de vento. Sem dar muita importância, ela continua a tirar as meias e sente novamente a rajada de vento, só que desta vez percebe, que vem da direção de uma gruta, ela olha e vê um clarão com uma mulher ao centro. A mulher está vestida de branco, com uma faixa azul em sua cintura, um rosário em suas mãos e rosas aos pés. Bernadette fica paralisada, mas consegue tirar o terço do bolso. Então a senhora faz o sinal da cruz e Bernadette também o faz e começa a rezar. Quando a oração termina a Senhora desaparece e Bernadette, em êxtase, atravessa o riacho. Ela fica tão revigorada que chega a comentar que a água não estava fria, pega sozinha o feixe de lenhas e vão embora.

Bernadette conta o que viu a sua irmã e amiga, mas pede segredo a elas. Que não contem o ocorrido a sua mãe, pois ela não acreditaria e ainda levaria uma bronca por ter atravessado a água fria do riacho (fevereiro na Europa é inverno). Assim que encontram a mãe, a irmã conta o ocorrido. A mãe não acredita na história e proíbe Bernadette de voltar até a gruta de Massabielle. Essas aparições acontecem mais 17 vezes, sendo que a última foi no dia 16 de julho de 1858. Clique aqui e conheça a história das aparições de Lourdes. As aparições de Nossa Senhora à Bernadette, foi uma grande provação em sua vida, muito maior que a pobreza e miséria material que enfrentava. Pois além da exclusão social, Bernadette foi chamada de mentirosa, charlatã e invencionista. Até mesmo um padre duvidou de Bernadette que só acreditou nela quando Nossa Senhora disse que era a “Imaculada Conceição” uma expressão que Bernadette jamais havia ouvido. Logo depois disso, Bernadette faz sua primeira comunhão.

Em 1860 Bernadette se refugia no hospital das Irmãs da Caridade de Nevers, em Lourdes. Lá, ela é alfabetizada e em 1861, faz o primeiro relato escrito, de próprio punho, das aparições.

Em 1866, seguindo os conselhos do bispo de Nevers, Bernadette parte para o convento Saint-Gildard, na cidade de Nevers, a mais ou menos 700 quilômetros de Lourdes. Lá inicia seu noviciado, mas vive um intenso calvário, com o tratamento ríspido, severo e muitas vezes preconceituoso da madre superiora, vê as Irmãs cuidando dos doentes, dos idosos, dos pobres sem recursos. Então descobre que essa é sua vocação. Em 1867 Bernadette faz a profissão de religiosa da Congregação das Irmãs da Caridade de Nevers. E dedica-se à enfermagem até 1878, quando sua doença se agrava e ela vem a falecer no dia 16 de Abril de 1879 aos 35 anos de idade.

Para o propósito do processo de beatificação, seu corpo foi exumado em 22 de setembro de 1909 e milagrosamente encontrava-se incorrupto. Esse processo ocorreu mais duas vezes. Em 1919 e depois 1925. Desde então, seu corpo está exposto em uma urna de vidro para visitação pública no convento de Saint Gildard, na cidade de Nevers, na França. Santa Bernadette Soubirous foi canonizada pelo Papa Pio XI em dezembro de 1933.

Bernadette ou irmã Maria Bernarda, seu nome de religiosa, foi mais um exemplo de obediência aos desígnios de Deus. As provações que enfrentou desde sua infância até quando esteve no convento, nos mostram o caminho da santidade.

Santa Bernadette Soubirous, a vidente de Nossa Senhora de Lourdes, é festejada no dia 16 de abril.

“Senhor, que vos dignastes conceder à jovem Bernadette a graça de ver nossa mãe Maria Santíssima e com ela conversar e orar, concedei também a mim uma maior devoção para com Maria Santíssima e a graça de boa saúde e disposição do corpo e da alma.”

Santa Maria, rogai por nós!
Santa Bernadette Soubirous, rogai por nós!