São José

Patrono da Igreja Católica e da Sagrada Família

História de São José

Texto: Expedição 19

Ninguém pode ignorar o lugar que São José ocupa na hierarquia dos santos. Ele é o maior de todos; acima dele, somente a Virgem Maria, a mãe de Jesus; e o próprio Jesus. Foi ele o homem escolhido por Deus para ser o pai de Jesus entre os humanos; e o esposo da Virgem Maria. Ele é citado muito poucas vezes no Evangelho. Portanto os relatos de sua história são baseados em fatos dedutivos dos costumes da época em que viveu.

Descendente da tribo de Judá e da genealogia do rei Davi, José nasceu na época da dominação romana, desde o ano 63 antes de Cristo, seu povo vivia sob o comando dos Romanos. Acredita-se que seu nascimento foi em Nazaré, pois lá morou durante toda sua vida. Era carpinteiro; profissão que herdou do pai Jacó.

Na época era costume que o cunhado se casasse com a viúva do irmão que havia morrido para continuar sua descendência. Esse costume se chamava lei do Levirato. Portanto José era filho de Heli, por adoração. Heli era o irmão de Jacó que havia morrido).

Da mesma maneira ocorreu com José; Jesus foi seu filho por adoração, pois ele foi concebido pelo Espírito Santo.

São José é um santo no sentido mais amplo da palavra.  Um homem que Deus procurou, em todas as gerações. Considerou a fé inabalável de Abraão, a pureza de alma de Isaac, a infatigável paciência e resignação de Jacó, a mansidão e a santidade de Davi, mas o seu olhar divino não repousou em nenhum deles. Foi somente em José que encontrou o homem que procurava. De acordo com a Genealogia do Evangelho de São Mateus, são 27 o número de gerações desde o rei Davi até José. Portanto, por meio de José Jesus é descendente de Davi e herdeiro da promessa divina.

Como já dissemos, São José aparece muito pouco nas escrituras. Mas o pouco tempo que participou da vida de Jesus ele foi decisivo. A começar pelo anúncio da gravidez da Virgem Maria. Naquela época, Maria já havia sido prometida em casamento a José, mas ainda morava com seus pais, foi quando José recebeu a notícia que Maria estava grávida.

A partir desta notícia, José já é santo. Pois, quem recebe a notícia de que a noiva está grávida e não toma nenhuma atitude? Ele tinha certeza que o filho não era dele. Jamais havia tocado em uma mulher. Mas como era um homem justo e não queria comprometer Maria, ele planejou abandoná-la. Foi quando teve um sonho e um anjo lhe explicou que não tivesse medo, pois o filho que Maria esperava era o Filho de Deus e havia sido concebido pelo Espírito Santo e que ele, José, tomaria Maria por sua esposa e daria o nome de Jesus para o menino. Assim, José se tornou o pai do Filho de Deus.

Naquele tempo as moças se casavam jovem, Maria devia ter por volta de catorze anos e José entre dezoito e vinte e cinco anos, a idade que os homens hebreus se casavam.

Muitos escritores citam José como um homem muito mais velho, alguns dizem até que ele era viúvo e tinha outros filhos. Eles escrevem dessa forma talvez para preservar a virgindade de Maria. Mas vamos analisar:

Como José poderia defender Maria de um possível adultério, se ele era velho e não podia mais ter filhos? Afinal José e Maria sabiam o que estava acontecendo, mas as pessoas não.

Como viajaria até Belém para o recenseamento convocado pelo imperador César Augusto?

Como fugiria para o Egito, após ser alertado em sonho de que Herodes queria matar o menino Jesus?

Será que um homem velho conseguiria fazer todo esse roteiro com uma mulher grávida? E depois com uma mulher e uma criança?

Ora, Jesus era tido por todos como Filho de José, o que significa que José devia demonstrar ser pai; e que portanto a sua idade não podia ser avançada. Como poderia Deus que estabeleceu que Jesus nascesse de uma Virgem esposada, não lhe dar um marido, que aos olhos do povo parecesse ser o pai do menino?

O plano divino da encarnação do Filho de Deus exigia a descendência davídica e José neste sentido realizou esta exigência. O título de Filho de Davi. Desta forma, a grandeza moral ou santidade de São José, está ligada à função que recebeu no exercício do plano de Deus, pois se Deus o escolheu para esposo de Maria é porque o achou digno do privilégio de compartilhar a sua vida com a criatura mais sublime desta terra.

Ninguém, com exceção de Maria, teve tão próximo de Jesus.

São José sempre esteve presente de Maria e de Jesus. Amando e protegendo a Sagrada Família.

Partindo de Nazaré para Belém, São José foi o guia.

Quando Jesus nasceu na manjedoura, São José estava junto e foi o primeiro que teve o menino Jesus nos braços.

Após oito dias, São José cumpriu o primeiro dever religioso de um pai. Apresentou o menino para ser circuncidado e deu lhe o nome de Jesus.

São José participou ativamente da vida de Jesus, o ensinou a rezar como o costume dos judeus. Lhe ensinou o ofício de carpinteiro. Enfim, ele era o Pai de Jesus e Deus consequentemente não lhe deixava faltar os meios e iluminações para desenvolver sua altíssima tarefa.

Jesus, correspondia com respeito e atenção aos seus “pais”. Dessa forma quis santificar os deveres da família e do trabalho, que ele próprio executava ao lado de José.

Quando Jesus tinha 12 anos, José e Maria levaram Jesus a Jerusalém, na ocasião da festa da Páscoa. Aconteceu que, ao regressarem para sua casa, o menino Jesus ficou em Jerusalém e somente após um dia de viagem foi que seus pais perceberam sua ausência. Procuraram então por toda a comitiva entre os parentes e amigos, afinal viajavam entre muitas pessoas por isso não perceberam a ausência de Jesus. Decidiram então voltar a Jerusalém e somente após três dias o encontraram no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo e lhes fazendo perguntas. E todos os que o ouviam ficavam admirados da sua inteligência e das suas respostas.

Então Maria lhe perguntou: Filho, por que fizeste isso conosco? Seu pai e eu estávamos aflitos à sua procura. Ele então lhes respondeu: Porque me procuravam? Não sabem que eu devo estar na casa de meu Pai?

Para todas as pessoas que ali estavam, Jesus era o filho de José, mas José no seu íntimo recordou as palavras que o anjo havia lhe dito 12 anos antes: Não temas, José receber Maria como tua esposa, pois o que nela foi gerado é obra do Espírito Santo.

Esta foi a última vez que São José foi citado nas Escrituras.

Não se pode dizer precisamente a idade que São José morreu, apenas podemos afirmar concretamente que ele viveu até Jesus ter doze anos. A opinião mais unânime entre os teólogos josefinos é que ele morreu no início da vida pública de Jesus. Para  os defensores dessa opinião, São José morreu depois do batismo de Jesus no Jordão e antes das bodas de Caná. Portanto, logo nos primeiros dias da vida pública de Jesus.

E não tendo participado do ministério de Jesus, fez com que ele pudesse revelar claramente que a sua filiação era divina, indicando com isso que São José teria cumprido a sua missão diante de Deus com  perfeição.

Junto aos pés da cruz, Jesus confiou sua mãe ao discípulo João. Se São José estivesse vivo, essa recomendação de Jesus não teria sentido. É presumível que São José tenha sido assistido por Jesus e  Maria na hora de sua morte. O que mais alguém poderia desejar, do que morrer nos braços da Virgem Maria e de Jesus? Por isso ele também é considerado patrono da boa morte. Outra questão que os teólogos colocam é que quando  São José morreu, Cristo não tinha ainda passado por sua morte e ressurreição e portanto São José não pode entrar diretamente no céu, após a sua morte. Mas com a ressurreição de Jesus, segundo a maioria dos teólogos, José teria ressuscitado e subido aos céus. Os teólogos para afirmarem isso baseiam-se na passagem que diz: “Os sepulcros se abriram e os corpos de muitos justos ressuscitaram. Saindo de suas sepulturas, entraram na Cidade Santa e apareceram a muitas pessoas”. Mateus 27, 52-53.

É importante afirmar que não existem notícias sobre o sepulcro de seu corpo como objeto de veneração e nem mesmo conhecimento de algumas de suas relíquias corporal.

De qualquer maneira pode-se dizer que uma eventual ressurreição e assunção de São José deve ser vista como uma “devota opinião” e não como uma doutrina.

Em 1.870 São José foi declarado pelo Papa Pio IX Patrono da Igreja Católica.

O Glorioso São José, é festejado no dia 19 de março, como o esposo da Virgem Maria e o pai de Jesus. E no dia primeiro de maio como São José Operário.

Oração a São José

“Ó glorioso São José, a quem foi dado o poder de tornar possível as coisas humanamente impossíveis, vinde em nosso auxílio nas dificuldades em que nos achamos. Tomai sob vossa proteção a causa importante que vos confiamos, para que tenha uma solução favorável. Ó Pai muito amado, em vós depositamos toda a nossa confiança. Que ninguém possa jamais dizer que vos invocamos em vão. Já que tudo podeis junto a Jesus e Maria, mostrai-nos que vossa bondade é igual ao vosso poder. São José, a quem Deus confiou o cuidado da mais santa família que jamais houve, sede, nós vos pedimos, o pai e protetor da nossa, e impetrai-nos a graça de vivermos e morrermos no amor de Jesus e Maria.” Amém

São José, rogai por nós que recorremos a vós.

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